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O Debate Imaginário de João Calvino e Jacó Armínio

João Calvino e Jacó Armínio: O Encontro Hipotético

Em um cenário acadêmico inusitado, a Universidade de Genebra convida dois dos maiores teólogos da história para um debate sobre a doutrina da salvação: João Calvino e Jacó Armínio. A proposta do evento é clara: confrontar os principais argumentos da soteriologia reformada e arminiana, a fim de oferecer ao público uma compreensão aprofundada sobre esse tema essencial da fé cristã. O auditório está lotado de estudantes e professores de teologia, ansiosos para testemunhar um embate intelectual que, caso tivesse ocorrido na história real, poderia ter moldado ainda mais profundamente os rumos do protestantismo.

O mediador, um distinto professor de teologia, dá início ao debate.


Questão 1: A Depravação Humana – Quão afetada está a humanidade pelo pecado?

Calvino: “A Escritura é clara ao afirmar que o homem está completamente caído em pecado. Em Romanos 3:10-12, o apóstolo Paulo declara: ‘Não há justo, nem um sequer; não há quem entenda; não há quem busque a Deus.‘ O pecado afetou a totalidade do ser humano – sua mente, emoções e vontade –, tornando-o espiritualmente incapaz de escolher a Deus por si mesmo. Sem a graça irresistível do Espírito Santo, ninguém poderia sequer desejar a salvação.”

Armínio: “Eu reconheço que o pecado corrompeu profundamente a humanidade, mas não ao ponto de extinguir completamente a capacidade do homem de responder à graça de Deus. O mesmo Paulo que escreveu Romanos 3 também afirmou em Atos 17:30 que ‘Deus manda que todos os homens em todo lugar se arrependam‘. A graça preveniente de Deus capacita o ser humano a responder ao chamado divino, sem ser irresistível. O homem não pode salvar-se, mas pode aceitar ou rejeitar a oferta de Deus.”


Questão 2: A Eleição – Incondicional ou Condicional?

Calvino: “A eleição é incondicional, baseada unicamente na vontade soberana de Deus. Efésios 1:4 declara que ‘Deus nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele‘. A escolha divina não depende da resposta humana ou da previsão da fé, mas unicamente do beneplácito divino. Se dependesse do homem, a salvação não seria pela graça, mas por mérito.”

Armínio: “A eleição é real, mas Deus a fundamenta em Sua presciência. Em 1 Pedro 1:2, lemos que os eleitos são ‘segundo a presciência de Deus Pai‘. Isso significa que Deus, conhecendo de antemão quem creria, elege esses para a vida eterna. Essa visão preserva tanto a soberania divina quanto a responsabilidade humana, pois Deus deseja que todos sejam salvos (1 Timóteo 2:4).”

Lobos entre as Ovelhas
O Debate Imaginário de João Calvino e Jacó Armínio 3

Questão 3: A Expiação – Limitada ou Universal?

Calvino: “Cristo morreu exclusivamente pelos eleitos. Em João 10:11, Jesus declara: ‘Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas‘. Ele não morreu por aqueles que nunca crerão, pois isso tornaria Sua obra ineficaz. A expiação limitada garante que todos aqueles por quem Cristo morreu serão realmente salvos.”

Armínio: “Cristo morreu por todos os homens, oferecendo salvação a toda a humanidade. João 3:16 afirma: ‘Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna‘. Se Cristo morreu apenas pelos eleitos, então o convite do evangelho não seria sincero para todos. A morte de Cristo é suficiente para todos, mas eficaz somente para aqueles que creem.”


Questão 4: A Graça – Irresistível ou Resistível?

Calvino: “Quando Deus chama um pecador para a salvação, esse chamado é eficaz e irresistível. João 6:44 diz: ‘Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer‘. A graça soberana de Deus transforma o coração do homem de modo que ele venha livremente a Cristo. Se a graça pudesse ser resistida, a salvação dependeria da vontade humana, e não da soberania divina.”

Armínio: “A graça é poderosa, mas não irresistível. Atos 7:51 mostra que os judeus ‘resistiam ao Espírito Santo‘. Se a graça fosse irresistível, não haveria espaço para a rejeição do evangelho. Deus, em Seu amor, permite ao homem aceitar ou rejeitar a salvação. Esse entendimento preserva a autenticidade do amor e do relacionamento entre Deus e o ser humano.”


Questão 5: A Perseverança dos Santos – Segurança Eterna ou Possibilidade de Apostasia?

Calvino: “Os verdadeiros crentes nunca cairão da graça. Em João 10:28, Jesus diz: ‘Eu lhes dou a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém os arrebatará da minha mão‘. Se um salvo pudesse perder-se, isso significaria que a obra de Cristo foi insuficiente. A perseverança dos santos é uma evidência da fidelidade divina, não do esforço humano.”

Armínio: “O crente pode cair da graça e perder sua salvação, pois a Bíblia adverte contra isso. Hebreus 6:4-6 descreve aqueles que ‘caíram‘ após terem sido iluminados. Além disso, em 2 Pedro 2:20-22, lemos que alguém pode conhecer a Cristo e depois afastar-se, tornando sua última condição pior que a primeira. Deus é fiel, mas o homem ainda tem responsabilidade contínua.”

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O Debate Imaginário de João Calvino e Jacó Armínio 4

Questão 6: A Responsabilidade Humana e a Justiça de Deus

Calvino: “A salvação pertence ao Senhor (Jonas 2:9). Deus tem o direito de fazer o que deseja com Sua criação. Se Ele escolhe salvar alguns e não outros, isso está dentro de Sua justiça e soberania. Não devemos medir a Deus pelos padrões humanos.”

Armínio: “Se Deus decretasse arbitrariamente a condenação de alguns, Ele estaria violando Sua própria justiça. Ezequiel 18:23 revela o coração de Deus: ‘Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? diz o Senhor Deus; não desejo, antes, que se converta dos seus caminhos e viva?‘. Deus é amor e justiça, e a verdadeira justiça dá ao homem uma escolha genuína.”


A Conclusão: Armínio Convence o Público

Após horas de exposição teológica e respostas aos questionamentos, os ouvintes saem profundamente impactados. Os argumentos de Calvino são robustos e sistemáticos, mas a apresentação de Armínio, ancorada no desejo universal de Deus de salvar a humanidade, na responsabilidade real do homem e no amor divino, ganha força. A Bíblia, ao ser analisada em sua totalidade, parece favorecer a visão arminiana, que sustenta tanto a soberania divina quanto a liberdade humana.

Foto de Silvio Costa

Silvio Costa

Evangelista (COMADEESO / CGADB), Articulista, Conferencista, Escritor, Conteudista (ESTEMAD), Professor de Teologia (SEET / FATEG) e Gestor Hoteleiro por Profissão
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