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Lição 7: O Perigo da Murmuração

Comentário exegético da leitura bíblica em classe - lição 7 O Perigo da Murmuração (CPAD)

Murmuração: Um Perigo à Fé e à Comunidade

Na bíblia sagrada, a murmuração se caracteriza como uma atitude de insatisfação e rebeldia contra Deus e suas provisões, expressa através de queixas, críticas e lamentações. É um comportamento que demonstra descrença na bondade e fidelidade de Deus, colocando em dúvida sua sabedoria e poder.

Murmuração – etimologicamente: A palavra portuguesa “murmuração” deriva do latim “murmuratio“, que significa “sussurro“, “resmungo” ou “queixa“. No hebraico bíblico, o termo utilizado para murmuração é לוּן (lûn), que significa “murmurar”, “resmungar” ou “queixar-se”.

Murmuração – teologicamente: A murmuração na Bíblia se refere à atitude de questionamento, crítica ou rebeldia contra Deus, geralmente motivada por insatisfação, medo ou falta de fé.
Ela pode se manifestar através de queixas, reclamações ou até mesmo rebelião aberta contra as autoridades divinas. A murmuração é considerada um pecado grave por ser uma expressão de falta de confiança em Deus e de desobediência à Sua vontade (Nm 14:27; Sl 106:29).

Comentário Exegético da Leitura Bíblica em Classe:

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Lição 7: O Perigo da Murmuração 2

Êxodo 16:1
Palavra-chave: וַיְהִי (vayhi): “E aconteceu” (Êxodo 16:1). O capítulo inicia com a conjunção hebraica “vayhi” (e aconteceu), introduzindo o relato da murmuração do povo de Israel no segundo mês após a saída do Egito (Êxodo 16:1). É importante notar que a frase “vayhi” inicia diversos relatos de murmuração na Bíblia, como em Números 11:1 e 21:5, indicando a frequência com que esse problema se manifestava entre o povo de Deus.

Êxodo 16:2
Palavra-chave: וַיִּלֹּנוּ (vayilonu). O verbo hebraico “vayilonu” (e murmuraram) indica a atitude de descontentamento e rebeldia do povo contra Moisés e Arão (Êxodo 16:2). É importante observar que a murmuração não se dirige apenas aos líderes humanos, mas também ao próprio Deus, como podemos ver em Números 14:27.

Êxodo 16:3
Palavra-chave: לוּ עָלֵינוּ (lûn ‘aleinu). A frase “lûn ‘aleinu” (murmuravam contra nós) revela que o povo direcionava sua murmuração contra os líderes designados por Deus, Moisés e Arão (Êxodo 16:3). Essa atitude demonstra a falta de respeito pelas autoridades divinas e a insatisfação com a liderança escolhida por Deus.

Êxodo 16:4
Palavra-chave: לוּ נָתַן (lûn natan). A frase “lûn natan” (se ao menos tivessem nos dado) expressa o desejo do povo de ter permanecido no Egito, onde, segundo eles, tinham acesso a comida farta e sem preocupações (Êxodo 16:4). Essa atitude revela a falta de fé em Deus e a memória seletiva do povo, que ignora as dificuldades e sofrimentos vividos no Egito (Êxodo 1:14; 2:23).

Êxodo 16:5
Palavra-chave: וַיֹּאמֶר מֹשֶׁה (vayyo’mer mosheh): “E disse Moisés” (Êxodo 16:5). Diante da murmuração, Moisés intervém e repreende o povo, afirmando que a verdadeira fonte de sua provisão vem de Deus (Êxodo 16:5). Essa atitude de Moisés demonstra sua fidelidade a Deus e sua responsabilidade como líder do povo.

Êxodo 16:6
Palavra-chave: מָחָר תִּרְאוּ (machor tir’u): “Amanhã vereis” (Êxodo 16:6). Moisés promete ao povo que no dia seguinte Deus lhes daria pão do céu e carne para comer (Êxodo 16:6). A frase “machor tir’u” (amanhã vereis) indica a fidelidade e o cuidado de Deus com Seu povo, mesmo diante de sua murmuração. Além disso, essa promessa antecipa o fornecimento diário do maná, que se tornará a principal fonte de alimento durante a jornada pelo deserto (Êxodo 16:15).

Êxodo 16:7
Palavra-chave: וּכְבֹד ה’ נִרְאָה (ukvod Adonai nir’eh): “E a glória do Senhor se manifestará” (Êxodo 16:7). Moisés enfatiza que a murmuração do povo era dirigida não apenas a ele e a Arão, mas ao próprio Deus (Êxodo 16:7). A frase “e a glória do Senhor se manifestará” indica que Deus revelaria sua glória e poder de forma extraordinária para que o povo reconhecesse sua falta e se arrependesse (Êxodo 16:10). A manifestação da glória de Deus na Bíblia está frequentemente associada a julgamentos e demonstrações do Seu poder (Êxodo 24:17; Números 14:21-22).

O relato da murmuração do povo de Israel em Êxodo 16:1-7 serve como um alerta para todos nós. A murmuração é um pecado que pode nos afastar de Deus e trazer consequências negativas para nossas vidas (Sl 95:8). Em vez de murmurar, devemos cultivar a fé e a gratidão em nosso relacionamento com Deus, reconhecendo que Ele é a fonte de toda provisão e benção (Sl 103:1-2). A Bíblia nos oferece diversos exemplos de personagens que confiaram em Deus e superaram as dificuldades através da fé, como Davi (1 Samuel 17:37) e Daniel (Daniel 6:23). Ao aprendermos com os erros do povo de Israel e buscarmos uma vida de fé e obediência, podemos experimentar o cuidado e a provisão de Deus em nossas jornadas.

Comentário Exegético da Leitura Bíblica em Classe

A Murmuração e o Exemplo dos Ancestrais. Em 1 Coríntios 10:10-11, o apóstolo Paulo adverte a igreja de Corinto sobre os perigos da murmuração, utilizando o exemplo dos israelitas no deserto como um alerta.

Em grego: O termo utilizado para murmuração em 1 Coríntios 10:10 é γογγύζω (gonggyzō), que significa “murmurar“, “resmungar” ou “queixar-se“. Esse verbo aparece diversas vezes no Novo Testamento, geralmente em contextos de insatisfação, rebeldia ou falta de fé (Mt 20:11; At 16:22; Tg 5:9).

1 Coríntios 10:10
μὴ γογγύζετε (mē gonggyzete): “Não murmureis“. Paulo inicia sua advertência com a ordem direta “mē gonggyzete” (não murmureis), ecoando a proibição divina dada aos israelitas no deserto (Nm 14:27). A murmuração é vista como um ato de rebeldia contra Deus e uma falta de confiança em Sua provisão e liderança. καθὼς καί τινες αὐτῶν ἐγογγύζον (kathōs kai tines autōn egonggyzon): “Como alguns deles murmuraram“. Paulo faz referência ao exemplo dos israelitas no deserto, que apesar de terem sido libertados da escravidão no Egito e terem presenciado milagres extraordinários, ainda assim murmuraram contra Deus por falta de fé e contentamento (Nm 11:4-6; 14:27). A frase “kathōs kai tines autōn egonggyzon” (como alguns deles murmuraram) serve como um lembrete de que a murmuração não é um problema exclusivo do passado, mas um risco que todos os cristãos enfrentam. καὶ ἀπώλεσεν αὐτοὺς ὁ ὀλέθριος (kai apōlesen autous ho olethrios): “E o destruidor os aniquilou” (1 Coríntios 10:10). A consequência da murmuração, segundo Paulo, é a destruição pelas mãos do “olethrios” (destruidor), termo que pode se referir a diversos agentes, como a ira de Deus, doenças, pragas ou até mesmo a morte (Nm 16:35; 1 Co 10:6). A frase “kai apōlesen autous ho olethrios” (e o destruidor os aniquilou) serve como um aviso solene sobre as graves consequencias da murmuração.

1 Coríntios 10:11
ταῦτα δὲ τύποι ἡμῶν ἐγένοντο (tauta de typoi hēmōn egeneto): “Estas coisas se tornaram exemplos para nós“. Paulo destaca que os eventos do passado com os israelitas não devem ser vistos apenas como histórias antigas, mas como “typoi hēmōn” (exemplos para nós) (1 Co 10:11). A frase “tauta de typoi hēmōn egeneto” (estas coisas se tornaram exemplos para nós) indica que a história dos israelitas serve como um espelho para que possamos identificar erros a serem evitados e aprender com as consequências da desobediência.
ἵνα μὴ οἱ αὐτοὶ πειρασμοὶ ὑμᾶς λάβωσι καθὼς ἐκείνους ἐπείρασαν (hina mē oi autoi peirasmoi hymas labōsi kathōs ekeinous epeirasan): “para que não vos alcancem as mesmas tentações que a eles sobrevieram”. Através da frase “hina mē oi autoi peirasmoi hymas labōsi kathōs ekeinous epeirasan” (para que não vos alcancem as mesmas tentações que a eles sobrevieram), Paulo adverte os coríntios sobre a possibilidade de enfrentarem tentações semelhantes às que levaram os israelitas à murmuração. A palavra “πειρασμοὶ (peirasmoi)” pode se referir a provações, dificuldades ou tentações que testam nossa fé e obediência.

A passagem de 1 Coríntios 10:10-11 serve como um poderoso lembrete para os cristãos de todas as épocas. A murmuração é um pecado que pode nos afastar de Deus e trazer consequências negativas. Ao aprendermos com o exemplo negativo dos israelitas e cultivarmos a gratidão por tudo o que Deus nos concede, podemos viver uma vida de fé e obediência, livres da armadilha da murmuração.

A murmuração é um perigo real para a fé individual e para a saúde da comunidade. Ela demonstra descrença na bondade de Deus e pode levar ao juízo divino. Os exemplos da murmuração dos israelitas no deserto servem como um alerta para os cristãos de todas as épocas.

Aplicando à atualidade:

Cultivar a gratidão: Em vez de murmurar pelas dificuldades, devemos agradecer a Deus pelas bênçãos presentes e pela sua fidelidade.

Confiar em Deus: Mesmo em tempos de incerteza, devemos confiar na bondade e no poder de Deus para nos prover e nos guiar.

Buscar comunhão: A comunidade cristã deve se apoiar mutuamente, evitando a disseminação de queixas e insatisfação.

Comunicar abertamente: Ao invés de murmurar, é preciso comunicar as necessidades e preocupações a Deus e à comunidade com transparência e fé.

Lembrando: A murmuração pode se manifestar de diversas formas, como críticas à liderança, reclamações constantes e comparações invejosas. É importante estarmos atentos a esses comportamentos em nós mesmos e na comunidade para cultivarem-se a gratidão, a confiança em Deus e a comunhão fraterna.

Foto de Silvio Costa

Silvio Costa

Evangelista (COMADEESO / CGADB), Articulista, Conferencista, Escritor, Conteudista (ESTEMAD), Professor de Teologia (SEET / FATEG) e Gestor Hoteleiro por Profissão
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