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Lição 11: A Salvação Não é Obra Humana (Adultos CPAD 1º Trimestre 2025)

Comentário Exegético Profundo da Leitura Bíblica em Classe

Efésios 2:1-10

EFÉSIOS 2:1 – “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados,”

A Epístola aos Efésios foi escrita pelo apóstolo Paulo durante sua prisão em Roma (por volta de 60-62 d.C.). A cidade de Éfeso, uma metrópole comercial e religiosa, abrigava o famoso templo de Ártemis, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo (Atos 19:27). A idolatria e a imoralidade eram predominantes, e a cidade estava repleta de práticas ocultistas (Atos 19:19). A cultura pagã de Éfeso influenciava profundamente a vida cotidiana, tornando a mensagem do Evangelho uma contracultura transformadora.

No contexto da epístola, Paulo escreve para lembrar os cristãos sobre sua condição antes de Cristo e a salvação que receberam unicamente pela graça de Deus. O capítulo 2 apresenta a doutrina da salvação pela graça mediante a fé, contrastando o estado de morte espiritual dos pecadores com a vida que Deus lhes concedeu em Cristo.

Termos Gregos Importantes

  • Νεκροὺς (nekrous) – “Mortos”. O termo νεκρός (nekros) significa literalmente “morto”, referindo-se à ausência de vida. No contexto de Efésios 2:1, Paulo não está falando de morte física, mas de morte espiritual – uma separação de Deus causada pelo pecado (Romanos 6:23). O uso de nekrous no plural indica que essa morte espiritual era uma condição universal dos efésios antes da regeneração.
  • Παραπτώμασιν (paraptōmasin) – “Ofensas”. Derivado de παράπτωμα (paraptōma), este termo significa um desvio, transgressão ou queda moral. Diferente de “pecado” (hamartia), que enfatiza errar o alvo, paraptōma indica uma transgressão deliberada, um desvio da retidão. Paulo destaca que a morte espiritual não é apenas resultado de falhas involuntárias, mas também de escolhas deliberadas contra a vontade de Deus.

Comentário Bíblico e Teológico

  • O versículo começa com “E vos vivificou”, que na estrutura grega do texto original aparece apenas no verso 5 (συνεζωοποίησεν – synezōopoiēsen, “deu vida juntamente). Isso indica que a vivificação mencionada é um ato divino ocorrido em Cristo. O destaque inicial do verso está na condição prévia dos efésios – “estando vós mortos“.
  • Paulo emprega “mortos” (nekrous) para enfatizar a total incapacidade do homem de buscar a Deus por si mesmo. Diferente de uma enfermidade espiritual, que poderia sugerir alguma possibilidade de recuperação própria, a morte espiritual implica separação absoluta de Deus e inabilidade para responder ao chamado divino sem intervenção sobrenatural (Romanos 3:10-12).
  • Além disso, ele menciona duas causas dessa morte: “ofensas” (paraptōmasin) e “pecados” (hamartiais). O uso desses dois termos reforça a universalidade e a profundidade da depravação humana, abrangendo tanto as falhas involuntárias quanto as transgressões deliberadas.

Este verso antecipa um dos pontos centrais da teologia paulina: a salvação não vem de esforços humanos, mas unicamente da graça divina. O contraste entre a morte e a vida é um eco da ressurreição de Cristo, pois, assim como Ele venceu a morte, aqueles que estavam mortos espiritualmente são “vivificados” por meio dEle (Efésios 2:5-6).

Efésios 2:1 estabelece uma base fundamental da doutrina da salvação: o homem estava morto, mas Deus o vivificou. Essa realidade nos chama à adoração, dependência e proclamação do Evangelho. Não há espaço para vanglória, mas somente para exaltação da graça transformadora de Deus.

Aplicativo do pregador
Aplicativo do Pregador

EFÉSIOS 2:2 – “Em que, noutro tempo, andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência;”

Dando sequência ao pensamento iniciado em Efésios 2:1, o apóstolo Paulo aprofunda a descrição da antiga condição dos crentes antes de sua regeneração. Paulo apresenta a realidade do pecado não apenas como um estado passivo de morte espiritual, mas como uma vida ativa de submissão ao império das trevas.

Termos Gregos Importantes

  • Αἰῶνα (aiōna) – “Curso”. O termo αἰών (aiōn) pode ser traduzido como “era”, “época” ou “curso”. No contexto de Efésios 2:2, refere-se ao sistema de valores, cultura e padrões de vida desta era maligna (cf. Gálatas 1:4). Não se trata apenas de um tempo cronológico, mas de uma ordem de existência dominada pelo pecado, contrastando com o reino de Deus (Efésios 1:21).
  • Ἐξουσίας (exousias) – “Potestades”. Derivado de ἐξουσία (exousia), essa palavra significa “autoridade” ou “poder governante”. Paulo usa esse termo para descrever o domínio de seres espirituais malignos (cf. Efésios 6:12). Ao chamar Satanás de “príncipe das potestades do ar“, ele ressalta seu governo temporário sobre o mundo e sua influência nas regiões celestes (cf. João 12:31; 2 Coríntios 4:4).

Este verso destaca três forças que moldavam a vida dos crentes antes da salvação:

  • O curso deste mundo – O mundo, na perspectiva bíblica, não é apenas a criação material, mas um sistema hostil a Deus, com valores opostos à vontade divina (1 João 2:15-17). Antes da conversão, os efésios estavam conformados a esse sistema, vivendo segundo seus padrões imorais e egoístas.
  • O príncipe das potestades do ar – Satanás, descrito como um líder maligno que governa as forças demoníacas. O uso de “ar” indica seu domínio sobre as regiões espirituais (Efésios 6:12). Essa expressão reforça a realidade da batalha espiritual e o fato de que os ímpios, sem perceber, estão sob a influência desse reino das trevas (Colossenses 1:13).
  • O espírito que opera nos filhos da desobediência – Aqui, “espírito” pode se referir tanto a Satanás quanto à influência satânica ativa na vida dos incrédulos. Esses “filhos da desobediência” são aqueles que vivem em rebelião contra Deus (cf. João 8:44), dominados pela influência do maligno.

Paulo enfatiza que antes da regeneração, o ser humano está aprisionado em um ciclo de pecado, guiado por forças malignas que controlam sua conduta e pensamento. Somente o poder de Deus pode libertar o pecador dessa escravidão.

Efésios 2:2 nos confronta com uma realidade chocante: antes de Cristo, éramos escravos do mundo, de Satanás e do pecado. No entanto, essa condição não é definitiva para aqueles que encontram a vida em Cristo. Esse verso nos convida a viver em santidade, resistindo ao sistema maligno do mundo, cientes da batalha espiritual e confiando totalmente na graça de Deus.

aconselhamento
Lição 11: A Salvação Não é Obra Humana (Adultos CPAD 1º Trimestre 2025) 10

EFÉSIOS 2:3 – “Entre os quais todos nós também, antes, andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como os outros também.”

Neste versículo, o apóstolo Paulo expande a descrição da condição espiritual do homem antes da conversão. Após demonstrar que os efésios andavam segundo o curso deste mundo e sob a influência de Satanás (Ef 2:2), ele agora inclui a totalidade da humanidade na mesma situação:

  • Todos nós também – Paulo, um judeu, inclui a si mesmo e a seus compatriotas, mostrando que tanto gentios quanto judeus estavam espiritualmente mortos.
  • Nos desejos da nossa carne – Além da influência externa (o mundo e Satanás), há uma corrupção interna, a carne, que inclina o homem ao pecado.
  • Filhos da ira – O estado natural do homem não é de neutralidade, mas de condenação. A ira de Deus não é uma emoção descontrolada, mas a justa retribuição contra o pecado.

Este verso aniquila qualquer visão otimista sobre a natureza humana: o homem não nasce bom, mas debaixo da ira de Deus, necessitando da graça para ser salvo.

Termos Gregos Importantes

  • Ἐπιθυμίαις (epithymiais) – “Desejos”. O termo ἐπιθυμία (epithymia) significa “desejo intenso”, “cobiça” ou “concupiscência”. Na Bíblia, geralmente tem conotação negativa, referindo-se a paixões desordenadas e impulsos pecaminosos (cf. Tiago 1:14-15). Aqui, indica que o comportamento do homem não é apenas influenciado pelo ambiente externo, mas também por uma natureza caída que busca satisfazer desejos egoístas.
  • Φύσει (physei) – “Por natureza”. O termo φύσις (physis) refere-se a algo inato, inerente à essência de um ser. Paulo não diz que nos tornamos filhos da ira por escolha, mas que já nascemos assim devido à natureza pecaminosa herdada de Adão (Romanos 5:12). Essa afirmação desmonta a ideia de que o homem nasce neutro ou bom, demonstrando que a corrupção é uma realidade intrínseca à humanidade caída.

Comentário Bíblico e Teológico

Paulo enfatiza três forças que escravizam o homem sem Deus:

  • A carne – O termo “carne” (σάρξ, sarx) não se refere apenas ao corpo físico, mas à natureza pecaminosa que governa os desejos humanos. Isso inclui não apenas imoralidade sexual, mas também orgulho, egoísmo, ganância e rebelião contra Deus (Gálatas 5:19-21).
  • Os pensamentos – O pecado não reside apenas nos impulsos do corpo, mas também na mente corrompida. O ser humano fora de Cristo não apenas pratica o pecado, mas racionaliza e justifica sua conduta (Romanos 1:21-22).
  • Filhos da ira – Essa é uma das declarações mais fortes da epístola. O homem não está apenas “desorientado” ou “em busca de sentido”, mas está debaixo da condenação divina. A ira de Deus é justa e necessária porque Ele é santo e não pode tolerar o pecado (Naum 1:3). Paulo desmantela qualquer possibilidade de autojustificação. O problema do homem não é apenas o ambiente (o mundo), nem apenas o diabo (Ef 2:2), mas o próprio coração humano (Jeremias 17:9).

Efésios 2:3 é um dos textos mais impactantes sobre a depravação total do homem. Paulo demonstra que, sem Cristo, somos escravos do pecado e alvos da justa ira de Deus. Esse diagnóstico é a base para a maravilhosa notícia que ele anunciará nos próximos versículos: Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia… (Ef 2:4). A salvação não vem do mérito humano, mas exclusivamente da graça divina.

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A arte de Ensinar

EFÉSIOS 2:4 – “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,”

Após expor a depravação total da humanidade nos versos anteriores – onde Paulo descreveu o estado espiritual dos homens como mortos, escravizados pelo mundo, pelo diabo e pela carne, e destinados à ira divina – o apóstolo agora introduz a virada gloriosa do Evangelho com as palavras Mas Deus.

  • “Mas Deus” – Aqui está a transição radical! O homem não tem solução em si mesmo, mas Deus intervém soberanamente para mudar essa condição.
  • “Riquíssimo em misericórdia” – Deus não apenas tem misericórdia, mas é abundantemente rico nela. Sua misericórdia excede a profundidade do pecado humano.
  • “Pelo seu muito amor com que nos amou” – A motivação da ação divina não é mérito humano, mas o amor incondicional de Deus.

Esse verso marca o ponto alto da doutrina da graça: se estávamos mortos, incapazes de reagir, a salvação é unicamente um ato da misericórdia e do amor de Deus.

Termos Gregos Importantes

  • Ἔλεος (eleos) – “Misericórdia”. O termo ἔλεος (eleos) significa “compaixão”, “piedade” ou “misericórdia”. É a disposição de Deus em não nos dar o castigo que merecemos. No contexto, essa misericórdia não é limitada ou comum, mas “rica” (πλούσιος, plousios), indicando uma abundância inesgotável. Deus não age com misericórdia de maneira restrita, mas transborda em compaixão para com pecadores indignos.
  • Ἀγάπη (agapē) – “Amor”. O termo ἀγάπη (agapē) refere-se ao amor sacrificial e incondicional de Deus. Diferente do amor baseado em emoções ou reciprocidade, este amor parte de Deus sem depender do merecimento do homem (Romanos 5:8). Aqui, Paulo destaca que o motivo da ação de Deus na salvação é o Seu próprio amor, e não qualquer virtude humana.

Comentário Bíblico e Teológico

Este versículo é um dos mais poderosos retratos do caráter de Deus. Paulo descreve quatro aspectos centrais da obra divina:

  • A Iniciativa de Deus – O homem estava morto e incapaz de buscar a Deus, mas Deus decide agir em misericórdia. A salvação nunca é resultado de um esforço humano, mas uma iniciativa soberana e graciosa de Deus (Efésios 1:4-5).
  • A Riqueza da Misericórdia – Deus não apenas perdoa pecados, mas o faz abundantemente. Seu caráter é de compaixão infinita, pois Ele deseja redimir aqueles que mereciam condenação (Lamentações 3:22-23).
  • O Muito Amor – A expressão “muito amor” enfatiza a intensidade e a profundidade do amor divino. Isso ressoa com João 3:16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira…” Esse amor é voluntário, eterno e imutável.
  • O Amor Manifestado em Cristo – Essa misericórdia e amor não são conceitos abstratos, mas foram demonstrados na cruz de Cristo. A morte de Jesus é a suprema prova desse amor (Romanos 5:8). Diferente da ira mencionada no verso 3, agora Paulo apresenta a outra face do caráter divino: Sua misericórdia e Seu amor. Isso demonstra que Deus não salva por obrigação, mas porque escolheu amar e demonstrar graça aos pecadores.

Efésios 2:4 marca a transição do desespero para a esperança. O homem, morto em seus pecados e destinado à ira, é alcançado pelo Deus que intervém, cheio de misericórdia e amor. Se não fosse pelo “Mas Deus“, não haveria esperança para nós. Mas por causa desse amor, fomos trazidos à vida. Esse verso nos convida a responder com adoração, gratidão e um compromisso renovado com o Deus que nos salvou.

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EFÉSIOS 2:5 – “Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),”

Este versículo continua a gloriosa transição iniciada em Efésios 2:4. Depois de descrever a depravação total da humanidade e a justa ira de Deus nos versos anteriores, Paulo agora reforça o ato divino de vivificação.

  • Estando nós ainda mortos em nossas ofensas – Reitera a condição de total incapacidade espiritual. O homem não apenas estava doente ou perdido, mas completamente morto em seus pecados.
  • Nos vivificou juntamente com Cristo – A regeneração não é um ato isolado, mas uma união com Cristo. Sua ressurreição é a garantia da nossa vida espiritual.
  • “(Pela graça sois salvos) – A salvação não é baseada em obras, mas exclusivamente na graça de Deus.

Este verso é essencial para entender a doutrina da regeneração e da justificação. O homem, incapaz de se salvar, recebe vida unicamente pela ação soberana de Deus.

Termos Gregos Importantes

  • Συνεζωοποίησεν (synezōopoiēsen) – “Nos vivificou juntamente”. Esse verbo composto vem de σύν (syn, “junto”) + ζωοποιέω (zōopoieō, “dar vida”) e significa literalmente “dar vida juntamente”. Esse termo destaca que a ressurreição espiritual dos crentes está inseparavelmente ligada à ressurreição de Cristo (Colossenses 2:13). Não há vida espiritual sem Cristo.
  • Χάριτί (chariti) – “Graça”. O termo χάρις (charis) significa “favor imerecido”, “bondade gratuita”. A estrutura da frase “(pela graça sois salvos)” é enfática e aponta para a soberania absoluta de Deus na salvação. Nenhuma ação humana poderia conquistar esse estado; é um dom divino (Efésios 2:8-9).

Comentário Bíblico e Teológico

Este versículo ensina três doutrinas centrais do Evangelho:

  • A Regeneração (Vivificação Espiritual). O homem, espiritualmente morto, não pode responder a Deus por si mesmo. Assim como Lázaro não podia sair do túmulo sem a voz de Cristo (João 11:43-44), ninguém pode sair da morte espiritual sem a ação direta de Deus. A regeneração não é uma reforma moral, mas um ato de criação divina, onde Deus concede uma nova vida ao pecador (2 Coríntios 5:17).
  • A União com Cristo. Paulo enfatiza que a vida espiritual do crente está inseparavelmente ligada a Cristo. Assim como Ele morreu e ressuscitou, nós, pela fé, somos ressuscitados espiritualmente com Ele (Romanos 6:4-5). Essa doutrina elimina qualquer possibilidade de uma salvação baseada no esforço humano, pois a vida espiritual não é uma conquista do homem, mas um dom recebido em Cristo.
  • Graça Salvadora. A salvação não é conquistada por mérito, esforço ou tradição religiosa, mas é um dom gratuito de Deus (Efésios 2:8). Isso desfaz toda ideia de autossuficiência e exalta a absoluta soberania de Deus na redenção. Paulo faz questão de reforçar a grandeza da graça de Deus porque, se estávamos mortos, não havia nenhuma ação nossa que pudesse nos levar à salvação.

Efésios 2:5 é um dos versículos mais poderosos sobre a doutrina da salvação pela graça. Ele revela que éramos mortos, mas Deus nos deu vida – não por nossos méritos, mas porque Ele decidiu nos amar e nos regenerar em Cristo. Isso nos leva a uma única resposta: adoração, gratidão e compromisso com Aquele que nos deu vida quando nada podíamos fazer por nós mesmos.

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EFÉSIOS 2:6 – “E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;”

O apóstolo Paulo continua sua exposição da obra regeneradora de Deus na salvação. No verso anterior, ele declarou que Deus nos vivificou juntamente com Cristo (Ef 2:5), enfatizando que a salvação é um ato soberano da graça. Agora, ele amplia essa verdade ao afirmar que os crentes não apenas foram vivificados, mas também ressuscitados e assentados nos lugares celestiais em Cristo.

  • Nos ressuscitou juntamente com ele – A ressurreição de Cristo não é um evento isolado, mas está ligada espiritualmente àqueles que creram nele.
  • Nos fez assentar nos lugares celestiais – A nova posição dos crentes não é terrena, mas celestial, pois já estão espiritualmente ligados ao Reino de Deus.
  • Em Cristo Jesus – A repetição da expressão enfatiza que nenhuma dessas bênçãos espirituais é conquistada pelo homem, mas exclusivamente pela união com Cristo.

Essa passagem ensina que a nossa identidade mudou completamente. Quem antes era escravo do pecado e da carne (Ef 2:1-3) agora participa da vitória de Cristo sobre a morte e sobre os poderes das trevas.

Termos Gregos Importantes

  • Συνήγειρεν (synegeiren) – “Nos ressuscitou juntamente”. Esse verbo vem da junção de σύν (syn, “junto com”) + ἐγείρω (egeirō, “levantar, ressuscitar”). O uso desse termo indica que a ressurreição espiritual dos crentes não é separada da ressurreição de Cristo. Isso confirma que a nossa vida não é apenas restaurada, mas elevada a um novo nível espiritual em Cristo (Romanos 6:4-5).
  • Ἐπουρανίοις (epouraniois) – “Lugares celestiais”. O termo ἐπουράνιος (epouranios) significa “celestial”, “pertencente ao céu”. Nos escritos paulinos, os “lugares celestiais” não são apenas uma referência ao céu futuro, mas também uma realidade espiritual presente (Efésios 1:3, Efésios 6:12). Isso indica que o crente já tem uma posição estabelecida no Reino de Deus, mesmo que ainda viva fisicamente na terra.

Comentário Bíblico e Teológico

Efésios 2:6 ensina três realidades espirituais essenciais para os crentes:

  • A Ressurreição Espiritual. Assim como Cristo ressuscitou fisicamente, nós ressuscitamos espiritualmente. Isso significa que fomos tirados da morte espiritual e trazidos para uma nova vida em Cristo (Colossenses 2:12-13). Essa ressurreição nos permite andar em novidade de vida, deixando para trás o domínio do pecado (Romanos 6:11).
  • A Ascensão Espiritual. O crente não apenas foi ressuscitado, mas foi elevado com Cristo. Isso indica que nossa posição espiritual foi transformada. Agora, não pertencemos mais ao sistema pecaminoso do mundo, mas ao Reino celestial. Essa verdade deve impactar nossa forma de viver.
  • A Posição nos Lugares Celestiais. A expressão “lugares celestiais” indica que os crentes já compartilham da vitória e da autoridade de Cristo (Efésios 1:20-21). Embora ainda estejamos fisicamente na terra, espiritualmente já pertencemos ao domínio celestial. Isso significa que a vitória sobre o pecado, Satanás e o mundo já nos foi concedida em Cristo.

Esse versículo é um contraste direto com Efésios 2:2, onde Paulo descreveu os crentes antes da salvação como escravos do “curso deste mundo” e do “príncipe das potestades do ar“. Agora, aqueles que estavam debaixo do domínio de Satanás foram elevados à presença de Deus, assentados com Cristo nos lugares celestiais.

Efésios 2:6 é um dos versículos mais poderosos sobre nossa nova identidade em Cristo. Paulo ensina que a salvação não apenas nos livra da condenação, mas nos exalta a uma posição de glória com Cristo. Isso nos leva a uma vida de santidade, autoridade espiritual e esperança inabalável, pois já pertencemos ao Reino celestial. Portanto, devemos viver como cidadãos dos céus, refletindo a vitória de Cristo em todas as áreas de nossa vida.

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EFÉSIOS 2:7 – “Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus.”

O apóstolo Paulo continua sua explanação sobre a obra redentora de Deus. Nos versículos anteriores, ele descreveu a morte espiritual do homem (Ef 2:1-3), a iniciativa soberana de Deus ao vivificar e ressuscitar os crentes com Cristo (Ef 2:4-6).

Agora, Paulo revela o propósito supremo da salvação: manifestar a grandiosidade da graça divina ao longo da eternidade.

  • Para mostrar nos séculos vindouros – O plano de Deus não é apenas temporal, mas eterno.
  • As abundantes riquezas da sua graça – A graça de Deus não é limitada, mas infinita e abundante.
  • Pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus – Tudo isso é feito por meio de Cristo, pois nele se revela a bondade e o favor de Deus para com os pecadores.

Este verso ensina que a salvação não é apenas um benefício para os crentes, mas uma demonstração da glória de Deus para todas as eras futuras.

Termos Gregos Importantes

  • Αἰῶσιν (aiōsin) – “Séculos”. O termo αἰών (aiōn) significa “era”, “tempo longo”, “eternidade”. O uso de αἰῶσιν τοῖς ἐπερχομένοις (aiōsin tois eperchomenois, “nos séculos vindouros”) indica que a revelação da graça de Deus não se limita ao tempo presente, mas se estende por toda a eternidade. Isso aponta para a glorificação dos crentes e a demonstração contínua da graça no Reino de Deus.
  • Πλούτον (plouton) – “Riquezas”. O termo πλοῦτος (ploutos) significa “riqueza, abundância, tesouro”. Paulo frequentemente usa essa palavra para descrever a imensurável riqueza da graça de Deus (Romanos 2:4, Efésios 1:7, Efésios 3:8). Isso indica que a graça de Deus não é apenas suficiente, mas superabundante, inesgotável e eterna.

Comentário Bíblico e Teológico

Efésios 2:7 apresenta o propósito supremo da salvação: exibir a infinita riqueza da graça de Deus ao longo de toda a eternidade.

  • A Graça Como Testemunho Eterno. Deus não salva os pecadores apenas para o benefício deles, mas para demonstrar Sua glória e graça. A Igreja, composta por pecadores redimidos, é a grande vitrine da misericórdia divina diante do universo (Efésios 3:10).
  • A Salvação Como Uma Revelação Progressiva. Paulo sugere que a compreensão da graça será contínua. Nos “séculos vindouros“, os crentes conhecerão ainda mais da bondade de Deus. Isso sugere que a eternidade será um constante crescimento no conhecimento da graça e da glória de Deus.
  • A Centralidade de Cristo na Graça. A graça de Deus não é um conceito abstrato, mas foi plenamente manifestada em Cristo Jesus. A benignidade de Deus não é apenas um sentimento, mas se materializa na obra redentora de Cristo.

Efésios 2:7 nos transporta para a eternidade, mostrando que a salvação não é apenas sobre o presente, mas um testemunho eterno da infinita graça de Deus. Esse versículo nos convida a viver com os olhos no céu, confiando que o melhor ainda está por vir e que a nossa redenção é um monumento eterno da bondade divina.

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Métodos Para Estudo Bíblico

EFÉSIOS 2:8 – “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus.”

Efésios 2:8 é um dos versículos mais importantes das Escrituras para a doutrina da salvação pela graça. Depois de expor a condição miserável da humanidade (Ef 2:1-3) e a iniciativa de Deus ao regenerar, ressuscitar e exaltar os crentes com Cristo (Ef 2:4-7), Paulo agora resume a essência do Evangelho:

  • Pela graça sois salvos – A salvação não vem do mérito humano, mas do favor imerecido de Deus.
  • Por meio da fé – A fé é o meio pelo qual a graça se torna eficaz na vida do pecador.
  • E isso não vem de vós, é dom de Deus – Tanto a salvação quanto a são dons divinos, e não conquistas humanas.

Este versículo destrói qualquer ideia de salvação baseada em obras ou esforços pessoais.

Termos Gregos Importantes

  • Χάριτί (chariti) – “Graça”. O termo χάρις (charis) significa favor imerecido, bondade gratuita, presente gracioso. No contexto teológico, refere-se à ação soberana de Deus em conceder salvação a pecadores que não a merecem. Isso implica que a iniciativa da salvação é inteiramente divina – Deus nos salva não porque somos dignos, mas porque Ele é gracioso.
  • Πίστις (pistis) – “Fé”. O termo πίστις (pistis) significa confiança, crença, dependência total. Biblicamente, a fé não é um mero reconhecimento intelectual, mas uma rendição completa a Cristo (Romanos 10:9-10). Efésios 2:8 destaca que a fé não é uma obra humana, mas um dom de Deus.

Comentário Bíblico e Teológico

Este versículo apresenta três grandes verdades da salvação:

  • A Salvação é Exclusivamente pela Graça. O homem não contribui em nada para sua redenção. Se a salvação fosse por obras, seria um pagamento e não um dom (Romanos 4:4-5). Isso refuta qualquer sistema que ensine justificação pelas obras (Gálatas 2:16).
  • A Fé é o Meio, Não a Causa da Salvação. A fé não é uma moeda de troca, mas um canal pelo qual recebemos a graça. Ela não é um mérito humano, mas um presente de Deus (Filipenses 1:29). Não somos salvos por causa da fé, mas por meio da fé.
  • A Salvação é um Dom de Deus. A expressão “e isso não vem de vós” indica que nem mesmo a fé é uma conquista humana. Deus é o autor e consumador da fé (Hebreus 12:2). Isso reforça que a glória da salvação pertence somente a Deus (Efésios 1:6).

Efésios 2:8 resume a essência do Evangelho: a salvação é um dom de Deus, recebido pela fé, totalmente imerecido e sustentado pela graça divina. Isso deve nos levar a humildade, gratidão e adoração, reconhecendo que somos salvos não por quem somos, mas por quem Deus é.

Box Apologético Lobos Entre as Ovelhas
Box Apologético Lobos Entre as Ovelhas

EFÉSIOS 2:9 – “Não vem das obras, para que ninguém se glorie;”

Após afirmar no versículo anterior que a salvação é pela graça, por meio da fé, e que é um dom de Deus, Paulo agora elimina qualquer possibilidade de mérito humano ao enfatizar que ela não vem das obras.

  • Não vem das obras – Nenhuma ação humana – por si só – pode contribuir para a salvação.
  • Para que ninguém se glorie – A salvação pela graça elimina todo orgulho e exalta unicamente Deus.

Este versículo destrói qualquer sistema religioso baseado no esforço humano e reforça que somente Deus recebe a glória pela redenção dos pecadores.

Termos Gregos Importantes

  • Ἔργων (ergōn) – “Obras”. O termo ἔργον (ergon) significa trabalho, ação, esforço. Paulo já havia contrastado graça e obras em Romanos 11:6: “se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça.”. Isso confirma que nenhuma ação humana contribui para a salvação – nem ritos religiosos, nem boas ações, nem sacrifícios pessoais.
  • Καυχήσηται (kauchēsētai) – “Se glorie”. O verbo καυχάομαι (kauchaomai) significa “vangloriar-se, exaltar-se, jactar-se”. Paulo usa esse termo para mostrar que se a salvação fosse por mérito humano, o homem teria motivo para se exaltar. Como a salvação é exclusivamente pela graça, não há espaço para orgulho humano – toda a glória pertence a Deus (1 Coríntios 1:31).

Comentário Bíblico e Teológico

Efésios 2:9 reforça uma das doutrinas centrais da Reforma Protestante: A Justificação pela Graça, Mediante a Fé, Sem Obras.

  • A Inutilidade das Obras para a Salvação. Toda religião humana tende a ensinar que boas obras são necessárias para alcançar Deus. No entanto, Paulo ensina que qualquer tentativa de se salvar por méritos próprios é inválida (Tito 3:5). O pecado não pode ser cancelado por boas ações – apenas o sangue de Cristo pode purificar o pecador (Hebreus 9:22).
  • A Salvação é Um Presente, Não Uma Recompensa. Se a salvação viesse por obras, Deus estaria pagando um salário, não concedendo um presente (Rm 4:4-5). Como a salvação é um dom de Deus (Efésios 2:8), não há nada que o homem possa fazer para “merecê-la”.
  • A Exclusão do Orgulho Humano. Se fosse possível o homem salvar-se por suas obras, ele teria motivo para se gloriar diante de Deus. A salvação pela graça destrói todo orgulho, pois exalta unicamente a Deus (Romanos 3:27).

Efésios 2:9 refuta qualquer teologia baseada em mérito humano e exalta a soberania da graça de Deus. A salvação não é conquistada por esforços, mas concedida gratuitamente por Deus. Isso deve nos levar à humildade, à gratidão e a uma vida que glorifica Aquele que nos salvou sem que tivéssemos nada a oferecer.

Box infantil 2 min
Lição 11: A Salvação Não é Obra Humana (Adultos CPAD 1º Trimestre 2025) 11

EFÉSIOS 2:10 – “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.”

Após afirmar enfaticamente que a salvação não vem das obras (Ef 2:8-9), Paulo agora explica o papel correto das boas obras na vida do crente.

  • Somos feitura sua – Nossa salvação e transformação são obra exclusiva de Deus.
  • Criados em Cristo Jesus para as boas obras – As boas obras não são a causa da salvação, mas sua consequência.
  • As quais Deus preparou para que andássemos nelas – Deus determinou um caminho de santidade e serviço para os crentes.

Este verso dissipa dois erros comuns:

  • O legalismo, que ensina que somos salvos pelas obras.
  • O antinomismo, que diz que, porque somos salvos pela graça, as obras não importam.

A verdade bíblica é que as boas obras não salvam, mas são a evidência de uma vida transformada.

Termos Gregos Importantes

  • Ποίημα (poiēma) – “Feitura”. O termo ποίημα (poiēma) significa “obra-prima, criação artística, obra feita à mão”. Esse termo aparece apenas duas vezes no Novo Testamento:  Em Romanos 1:20, referindo-se à criação do mundo. Aqui, em Efésios 2:10, referindo-se à nova criação espiritual dos crentes. Isso indica que somos uma obra de arte espiritual criada por Deus em Cristo.
  • Προητοίμασεν (proētoimasen) – “Preparou de antemão”. O verbo προετοιμάζω (proetoimazō) significa preparar antes, planejar com antecedência. Isso mostra que as boas obras não são uma ideia humana, mas fazem parte do plano divino. Deus não apenas nos salvou, mas também designou um propósito para nossa vida.

Comentário Bíblico e Teológico

Efésios 2:10 ensina três verdades essenciais sobre o propósito da salvação:

  • A Salvação Produz Uma Nova Criação. O crente não é apenas perdoado – ele é transformado em uma nova criação (2 Coríntios 5:17). Somos a “obra-prima” de Deus, moldados por Ele para refletir Sua glória. Assim como Deus criou o mundo do nada, Ele cria espiritualmente um novo ser em Cristo.
  • As Boas Obras São o Fruto da Salvação. As boas obras não são o meio da salvação, mas o resultado dela. Se alguém não manifesta boas obras, isso levanta dúvidas sobre a autenticidade de sua fé (Tiago 2:17). Boas obras incluem santidade, serviço, amor ao próximo e testemunho do Evangelho.
  • Deus Preparou um Caminho Para os Seus Filhos. A vida cristã não é aleatória – Deus já preparou boas obras para cada crente andar nelas. Isso significa que nossa vida tem um propósito divino, e devemos buscar discernir o que Deus já planejou para nós. Este versículo refuta a ideia de que um crente salvo pode viver de qualquer jeito.

Efésios 2:10 responde à grande questão sobre o propósito da salvação: Deus nos salva não apenas para nos livrar do inferno, mas para nos tornar Sua obra-prima e viver para a Sua glória. Se somos salvos, devemos manifestar boas obras, pois Deus já preparou um caminho para caminharmos nele. Assim, não vivemos para tentar ser salvos – vivemos porque fomos salvos!

Foto de Silvio Costa

Silvio Costa

Evangelista (COMADEESO / CGADB), Articulista, Conferencista, Escritor, Conteudista (ESTEMAD), Professor de Teologia (SEET / FATEG) e Gestor Hoteleiro por Profissão
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