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Lição 11 – A Promessa de Provisão – Adultos CPAD – 4º Trimestre 2024

Comentário Exegético Profundo da Leitura Bíblica em Classe

Mateus 6:25-31

Mateus 6:25 – “Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo, mais do que a vestimenta?

No contexto do Sermão do Monte (Mateus 5–7), Jesus ensina sobre a confiança em Deus em meio às ansiedades da vida. Este verso é parte de uma seção (Mateus 6:19–34) que contrasta a busca por riquezas terrenas com a confiança na provisão divina. A cultura judaica do primeiro século lidava com questões reais de subsistência, e muitos enfrentavam pobreza e incertezas diárias. Jesus, portanto, aborda essas preocupações fundamentais, chamando os ouvintes a um foco mais elevado: o reino de Deus e sua justiça.

PALAVRAS-CHAVE

“Merimnáō” (μεριμνάω) – “Andar cuidadoso“. Refere-se a uma preocupação ansiosa, ou seja, a um estado mental em que as preocupações dominam a mente. No texto, Jesus exorta os ouvintes a não viverem consumidos pela ansiedade com as necessidades básicas. Essa palavra destaca a batalha entre a fé e a ansiedade. A confiança em Deus como provedor soberano (Salmos 55:22) é o antídoto para a “merimnáō”. Em uma sociedade moderna marcada pela ansiedade, este ensino desafia os cristãos a viverem em paz espiritual.

“Psykhē” (ψυχή) – “Vida“. Refere-se à vida em sua totalidade, abrangendo tanto o aspecto físico quanto o espiritual. No verso, Jesus está enfatizando que a vida é mais preciosa do que os bens materiais. Jesus está redefinindo prioridades. A “psykhē” que vem de Deus transcende o sustento material (ver João 10:10). Devemos buscar a abundância em Cristo, não nas coisas terrenas.

“Trophē” (τροφή) – “Mantimento“. Literalmente, “alimento” ou “nutrição”. Jesus utiliza este termo para indicar que a provisão física, embora importante, não deve dominar a atenção do discípulo. Assim como Deus alimenta as aves (Mateus 6:26), Ele suprirá nossas necessidades. Isso nos convida a uma dependência constante do Pai, reconhecendo Sua soberania (Filipenses 4:19).

“Endyma” (ἔνδυμα) – “Vestimenta“. Refere-se às roupas, frequentemente consideradas um símbolo de status social ou cuidado pessoal. Jesus relativiza a importância da vestimenta em comparação ao cuidado divino com o corpo. Esse ensino nos leva a refletir sobre o desapego aos bens materiais e a valorização do que é eterno (1 Timóteo 6:7–8).

Considerações Teológicas

  • A Suficiência de Deus: Este verso enfatiza a confiança no cuidado providencial de Deus. Ele é quem sustenta a vida (Salmos 37:25).
  • Prioridades Eternas: Jesus chama os discípulos a buscarem primeiro o reino de Deus (Mateus 6:33), pois aquilo que é eterno vale mais do que aquilo que é transitório.
  • Contracultura do Reino: Num mundo que idolatra o materialismo, este texto desafia os discípulos a viverem uma contracultura marcada pela confiança em Deus.

Jesus desafia seus ouvintes a abandonarem as preocupações excessivas e a confiarem na provisão divina. A mensagem ecoa em outras passagens, como:

  • Filipenses 4:6–7: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças.”
  • 1 Pedro 5:7: “Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.”
  • Lucas 12:22–31: Um paralelo que reforça a confiança na providência de Deus.

Assim, Mateus 6:25 nos convoca a reavaliar nossas prioridades e a viver em completa dependência do Pai celestial.

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Mateus 6:26 – “Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?

Usando a natureza como exemplo, Jesus aponta para as aves, que dependem inteiramente do sustento providencial de Deus, para ensinar uma lição prática sobre a desnecessidade da ansiedade. A metáfora das aves é profundamente significativa em um contexto cultural onde o trabalho agrícola e a acumulação de provisões eram vitais para a subsistência.

PALAVRAS-CHAVE

“Emblepō” (ἐμβλέπω) – “Olhai“. Este verbo implica observar com atenção e refletir profundamente. Não é apenas um olhar superficial, mas uma contemplação intencional e meditativa. Jesus convida seus ouvintes a aprenderem lições espirituais a partir da criação. Este verbo também reflete a importância de fixar os olhos nas obras de Deus, reconhecendo sua providência (Salmos 19:1).

“Ouranós” (οὐρανός) – “Céu“. Refere-se ao céu literal onde as aves voam, mas também carrega nuances teológicas como o reino celestial ou o domínio de Deus. As aves do céu pertencem ao domínio de Deus e estão sob seu cuidado. Assim como o céu simboliza o reino divino, somos lembrados de que nossa cidadania também está no céu (Filipenses 3:20).

“Trephō” (τρέφω) – “Alimenta“. Este verbo descreve o ato de nutrir ou sustentar algo, frequentemente associado ao cuidado parental ou providência divina. A ação de Deus em alimentar as aves demonstra seu caráter como Pai provedor. Se Ele cuida de algo tão pequeno, certamente cuidará de seus filhos (Salmos 145:15-16). Este verbo aponta para a bondade de Deus e sua capacidade de suprir todas as necessidades.

“Axioō” (ἀξιόω) – “Valor“. Relaciona-se a ser considerado digno ou merecedor. Aqui, Jesus compara o valor do ser humano ao das aves. O ser humano, criado à imagem de Deus (Gênesis 1:27), tem um valor intrínseco muito maior do que qualquer outra criatura. Este ensino reforça o cuidado especial de Deus com seus filhos (Lucas 12:7).

Considerações Teológicas

  • Providência Divina na Criação: Deus cuida de cada detalhe da sua criação, evidenciado nas aves que não trabalham para prover seu sustento, mas são alimentadas diariamente por Ele.
  • Confiança Baseada em Valor: A comparação entre o valor das aves e dos humanos reforça a lógica da confiança. Se Deus cuida das aves, cuidará ainda mais de nós, que somos feitos à sua imagem.
  • Reorientação do Foco: A preocupação excessiva com o futuro revela uma falta de compreensão da soberania de Deus. Jesus nos chama a olhar para os céus como um lembrete constante do cuidado do Pai.

Jesus utiliza um argumento do menor para o maior (se Deus cuida das aves, cuidará de nós) para reforçar a confiança no Pai celestial. A criação torna-se um lembrete vivo da provisão divina, convidando-nos à fé e ao descanso em Deus. Este verso, portanto, ecoa a mensagem da soberania e do amor de Deus, que sustenta toda a criação e convida seus filhos a viverem confiantes em sua provisão.


Mateus 6:27 – “E qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura?

Neste verso, Jesus continua sua discussão sobre a ansiedade, abordando a inutilidade de se preocupar. Ele utiliza uma figura de linguagem para demonstrar que as preocupações humanas não têm poder para mudar situações fundamentais da vida. No contexto cultural do primeiro século, um “côvado” era uma unidade de medida familiar, usada para destacar a inutilidade das preocupações em alterar a vida.

PALAVRAS-CHAVE

“Merimnáō” (μεριμνάω) – “Ansioso“. Assim como em Mateus 6:25, este termo refere-se a uma preocupação inquietante e desgastante. Preocupações constantes não são apenas inúteis, mas mostram falta de confiança em Deus. A ansiedade deve ser substituída pela entrega e pela confiança na soberania divina (Filipenses 4:6).

“Hēlikia” (ἡλικία) – “Estatura“. O termo grego pode ser traduzido como “estatura” (altura física) ou “vida/idade” (tempo de vida). O contexto favorece a ideia de “vida”, pois Jesus está destacando a incapacidade humana de prolongar sua existência. Este termo reforça a soberania de Deus sobre o tempo e a vida. Apenas Deus tem o controle sobre o número de nossos dias (Jó 14:5). O ser humano é chamado a viver em dependência e submissão ao Criador.

“Pēchys” (πῆχυς) – “Côvado“. Unidade de medida usada na antiguidade, aproximadamente 45 centímetros, representando uma extensão específica e limitada. Aqui, Jesus aponta para a limitação humana. Assim como ninguém pode adicionar um “côvado” à sua vida ou estatura, também não podemos resolver nossas preocupações sem depender de Deus. Este termo ilustra a finitude humana em contraste com o infinito poder divino (Salmos 90:12).

“Dynamai” (δύναμαι) – “Pode“. Este verbo expressa capacidade ou habilidade. No verso, é usado para sublinhar a incapacidade humana de alterar sua condição básica por esforço próprio. Jesus destaca que a força humana é limitada e dependente de Deus. Essa verdade nos lembra que a fé e a confiança no Senhor são essenciais, pois Ele é quem possui todo poder (Isaías 40:29).

Considerações Teológicas

  • A Finitude Humana: Jesus usa uma ilustração prática para demonstrar que o ser humano é impotente para alterar sua vida ou circunstâncias sem a intervenção divina.
  • Soberania de Deus: O verso reforça a ideia de que Deus é o Senhor da vida e do tempo. Ele controla tudo e sustenta suas criaturas.
  • Chamado à Fé: A incapacidade de “acrescentar um côvado” convida os discípulos a abandonarem a ansiedade e confiarem plenamente no Deus que cuida dos detalhes da vida.

Este verso confronta diretamente a futilidade da ansiedade e a obsessão humana por controle. Jesus desafia seus ouvintes a reconhecerem sua dependência de Deus e a entregarem suas preocupações a Ele. A aplicação prática desse texto é um chamado à confiança em Deus, lembrando-nos de que Ele é o autor da vida e que, ao invés de nos preocuparmos, devemos descansar em sua providência amorosa.

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Mateus 6:28 – “E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam;

Neste verso, Jesus continua sua exortação contra a ansiedade, agora abordando o vestuário. Ele convida os ouvintes a contemplarem os lírios do campo, uma metáfora rica que reflete o cuidado providencial de Deus com a criação. No contexto agrícola e pastoral da Galileia, os ouvintes de Jesus estavam familiarizados com os lírios e sua beleza natural, tornando a lição prática e acessível.

PALAVRAS-CHAVE

“Merimnáō” (μεριμνάω) – “Andais solícitos“. Este verbo novamente aparece para indicar a ansiedade ou preocupação desnecessária. Aqui, Jesus desafia a inquietação sobre a vestimenta. A preocupação excessiva com as necessidades materiais reflete uma falta de confiança no cuidado soberano de Deus. A fé liberta o cristão da ansiedade, pois Deus é quem supre todas as necessidades (Filipenses 4:19).

“Katamanthánō” (καταμανθάνω) – “Olhai“. Significa “observar cuidadosamente” ou “considerar atentamente”. É uma chamada para reflexão intencional sobre as obras de Deus. Este verbo reforça a prática de buscar evidências da providência divina na criação. A natureza torna-se um testemunho visível do cuidado de Deus, que deve fortalecer nossa fé (Salmos 19:1).

“Kokkos” (κόκκος) – “Crescem“. Refere-se ao processo natural e contínuo de crescimento. Os lírios crescem sem esforço humano, dependendo unicamente das condições providas por Deus. O crescimento dos lírios é um testemunho da soberania divina. Assim como Deus providencia o crescimento das plantas, Ele cuida do sustento de seu povo. Esse crescimento reflete a graça divina que opera continuamente em nós (1 Coríntios 3:7).

“Nēthō” (νήθω) – “Fiar“. Refere-se ao trabalho manual de tecer roupas, uma atividade essencial no primeiro século. Jesus destaca que os lírios não precisam fazer esforço humano para alcançar sua beleza. A ausência de esforço dos lírios aponta para a dependência total de Deus. Isso nos ensina a descansar na provisão divina e a não nos sobrecarregarmos com aquilo que Deus já está disposto a prover (Mateus 11:28-30).

Considerações Teológicas

  • A Provisão de Deus na Natureza: Os lírios do campo são uma ilustração poderosa da forma como Deus provê beleza e sustento à criação sem necessidade de esforço humano.
  • Contraste com a Ansiedade: A preocupação excessiva demonstra uma visão limitada da soberania divina. Jesus convida seus discípulos a olharem para os lírios como uma lição de confiança no Pai celestial.
  • Dependência de Deus: Assim como os lírios dependem de Deus para sua beleza, o ser humano também deve depender d’Ele para suas necessidades, confiando em Sua bondade e cuidado.

Este verso reforça que a criação reflete o caráter de Deus como provedor amoroso. Os lírios, belos e sustentados sem esforço humano, nos ensinam a descansar na soberania divina. A mensagem de Mateus 6:28 é um chamado à contemplação, à confiança e à dependência de Deus. Se Ele veste os lírios com tamanha glória, quanto mais cuidará de seus filhos amados!


Mateus 6:29 – “E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles”.

Neste verso, Jesus dá continuidade ao ensino sobre a provisão divina, agora contrastando a simplicidade natural dos lírios do campo com a opulência e riqueza do rei Salomão. O rei Salomão, conhecido por sua sabedoria e esplendor (1 Reis 10:4-5), é utilizado como símbolo máximo de riqueza e grandeza humana, que, mesmo assim, não pode se comparar à beleza provida por Deus na criação.

PALAVRAS-CHAVE

“Doxē” (δόξα) – “Glória” – Refere-se ao esplendor, honra ou magnificência, muitas vezes associada à riqueza e majestade. Aqui, Jesus menciona a glória terrena de Salomão como algo grandioso, mas limitado. A glória humana, por mais esplêndida que seja, é transitória e inferior à beleza e provisão criativa de Deus. Isso destaca que a verdadeira glória pertence ao Criador e não às realizações humanas (Salmos 115:1).

“Periballō” (περιβάλλω) – “Se vestiu“. Literalmente “cobrir” ou “vestir“, descreve o ato de adornar-se com roupas ou ornamentos. No texto, refere-se à tentativa humana de alcançar beleza através de esforço e riqueza. Salomão, com toda a sua riqueza, não poderia se vestir com a simplicidade e a beleza que Deus concede aos lírios. Isso aponta para a suficiência da provisão divina e a limitação dos esforços humanos em alcançar perfeição (Isaías 64:6).

“Louloudi” (λουλούδι) – “Lírios“. Refere-se a flores silvestres, usadas aqui como um exemplo de beleza natural providenciada por Deus. Os lírios simbolizam a graça e o cuidado de Deus que excedem qualquer realização humana. Eles refletem a generosidade de Deus em sua criação e nos ensinam que Ele é o supremo provedor (Salmos 104:24).

“Legō” (λέγω) – “Eu vos digo“. Este verbo indica uma declaração autoritativa. Jesus usa essa expressão para reforçar a veracidade de sua afirmação, conectando-a à autoridade divina. Jesus, como o Verbo encarnado (João 1:1), tem autoridade para ensinar verdades eternas. Este verso nos chama a confiar em suas palavras como uma revelação da vontade de Deus.

Considerações Teológicas

  • A Superioridade da Provisão Divina: A beleza dos lírios é um testemunho do cuidado e poder de Deus, que excede em muito a glória terrena, representada por Salomão.
  • Contraste Entre Humano e Divino: O contraste entre a riqueza de Salomão e a simplicidade dos lírios reforça que as coisas feitas por Deus são superiores às conquistas humanas.
  • Confiança em Deus: Este verso ensina que, assim como Deus veste os lírios, Ele também cuidará de seus filhos. A beleza e o cuidado na criação apontam para sua fidelidade no suprimento das necessidades humanas.

Jesus utiliza a comparação entre Salomão e os lírios para demonstrar a excelência da provisão divina. Este ensino chama os discípulos a abandonarem a preocupação com bens materiais e a confiarem plenamente no Pai celestial. Mateus 6:29, portanto, não apenas ensina sobre a provisão divina, mas também desafia os crentes a refletirem sobre a prioridade da vida: confiar em Deus e valorizar o que Ele concede com graça e abundância.


Mateus 6:30 – “Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?

Jesus conclui sua metáfora sobre os lírios do campo, ampliando a lição com um contraste ainda mais claro: a erva do campo, transitória e efêmera, recebe o cuidado de Deus. Este verso desafia os discípulos a reconhecerem que, se Deus cuida das coisas passageiras, quanto mais cuidará de suas criaturas mais valiosas. Ele também confronta diretamente a falta de fé, mostrando que a ansiedade é resultado de uma visão inadequada da soberania divina.

PALAVRAS-CHAVE

“Chortos” (χόρτος) – “Erva“. Refere-se à vegetação rasteira, como grama ou ervas silvestres, usadas no forno como combustível devido à sua abundância e fácil coleta. A erva do campo é um exemplo de algo que, mesmo sendo temporário, recebe o cuidado de Deus. Isso aponta para a generosidade divina, que não é limitada pela importância ou duração das coisas (Salmos 104:14). Se Deus cuida da erva, muito mais cuidará de seus filhos.

“Kaminos” (κάμινος) – “Forno“. Refere-se a um forno usado para cozinhar ou queimar, comum nas casas do primeiro século, alimentado por madeira ou erva seca. O forno simboliza a transitoriedade da erva. Essa imagem reforça a inutilidade de se preocupar com o material, pois tudo que é terreno é efêmero. Deus, em sua soberania, prioriza o cuidado com seus filhos (Isaías 40:6-8).

“Oligopistos” (ὀλιγόπιστος) – “Homens de pouca fé“. Uma expressão que descreve aqueles que têm confiança limitada ou insuficiente em Deus. Jesus usa esta frase para corrigir gentilmente a falta de confiança nos discípulos. A “pouca fé” é uma barreira para experimentar plenamente a paz de Deus, que provê todas as coisas. A confiança total em Deus é essencial para uma vida cristã abundante (Hebreus 11:6).

“Ampliōs” (ἀμφιῶς) – “Vestirá muito mais“. Este advérbio sugere abundância, plenitude ou excelência no ato de vestir. Deus não apenas veste, mas faz isso de forma abundante e cuidadosa. Este termo destaca que o cuidado de Deus não é apenas funcional, mas generoso. Isso nos convida a confiar que Deus proverá não apenas o básico, mas tudo o que é necessário para nossa vida com graça e abundância (Efésios 3:20).

Considerações Teológicas

  • A Providência Divina: A ênfase de Jesus está na provisão soberana de Deus, que cuida até mesmo do transitório, como a erva do campo. Isso deve fortalecer a confiança no cuidado com os filhos de Deus, que têm valor eterno.
  • A Transitoriedade das Coisas Terrenas: A menção da erva sendo lançada ao forno reforça a lição de que as coisas materiais são passageiras. Portanto, a preocupação com elas é desnecessária.
  • O Chamado à Fé: A expressão “homens de pouca fé” revela o coração da mensagem: Deus deseja que seus filhos confiem plenamente em sua bondade e provisão. A fé é o antídoto para a ansiedade.

Mateus 6:30 é um lembrete claro de que Deus cuida tanto das coisas pequenas quanto das grandes, e sua provisão é garantida para seus filhos. Ele nos chama a abandonar a ansiedade e viver em fé confiante. A confiança na providência divina não é apenas uma necessidade prática, mas também uma resposta de adoração e fé ao Deus que cuida de seus filhos com amor eterno.


Mateus 6:31 – “Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos?

Ele aqui reforça o ensino de que os discípulos não devem viver consumidos por preocupações terrenas, especialmente com necessidades básicas como comida, bebida e vestuário. Estas perguntas refletem uma mentalidade de dúvida, que Jesus confronta ao lembrar que Deus conhece as necessidades de seus filhos.

PALAVRAS-CHAVE

“Merimnáō” (μεριμνάω) – “Inquietos“. Reaparece neste verso com o sentido de ansiedade ou preocupação que consome o coração e a mente.

Jesus ordena que os discípulos abandonem a inquietação. Isso revela que a ansiedade não é apenas uma falha emocional, mas uma falta de confiança em Deus. A fé verdadeira repousa na certeza da provisão divina (Filipenses 4:6-7).

“Légō” (λέγω) – “Dizendo“. Refere-se ao ato de falar, neste caso, verbalizando preocupações. No contexto, demonstra como as preocupações internas frequentemente se manifestam em palavras. A verbalização de dúvidas expõe a falta de confiança no cuidado divino. Jesus ensina que as palavras de um discípulo devem refletir confiança em Deus, e não medo ou ansiedade (Mateus 12:34-35).

“Phagō” (φάγω) – “Comeremos“. Este verbo é usado aqui em um contexto de necessidade básica, representando uma preocupação legítima, mas que Jesus considera desnecessária. Comer é uma necessidade humana legítima, mas o foco excessivo em suprir essa necessidade revela uma desconexão com o entendimento de que Deus é o provedor. Este ensino lembra os cristãos que sua dependência deve estar em Deus e não em recursos terrenos (Salmos 37:25).

“Periballō” (περιβάλλω) – “Vestiremos“. Descreve o ato de vestir-se, usado aqui para representar a provisão de roupas, um símbolo de dignidade e proteção. A confiança em Deus como provedor deve se estender até mesmo às necessidades mais básicas, como roupas. Deus, que veste os lírios com esplendor, é fiel para cuidar de seus filhos (Lucas 12:27).

Considerações Teológicas

  • Ansiedade e Fé: A ansiedade é contraposta à fé neste verso. A inquietação com necessidades básicas reflete uma visão inadequada da soberania de Deus.
  • Confiança na Providência Divina: As perguntas retóricas de Jesus convidam os discípulos a refletirem sobre o cuidado do Pai celestial. Deus sabe das necessidades de seus filhos antes mesmo de pedirem (Mateus 6:8).
  • Foco nas Prioridades Eternas: Ao ordenar que não se preocupem, Jesus redireciona os discípulos para uma busca maior: o Reino de Deus (Mateus 6:33).

Mateus 6:31 é um chamado à fé prática, que abandona a preocupação e abraça a confiança em Deus como o provedor soberano. Jesus enfatiza que, enquanto os discípulos buscam o Reino, Deus cuida do resto. A mensagem de Jesus é clara: nossos esforços não devem ser dominados por preocupações com o que comeremos ou vestiremos, mas pelo descanso na bondade de Deus, que sempre cuida dos seus.



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Silvio Costa

Evangelista (COMADEESO / CGADB), Articulista, Conferencista, Escritor, Conteudista (ESTEMAD), Professor de Teologia (SEET / FATEG) e Gestor Hoteleiro por Profissão
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