Apostar ou apostatar? Acredite, a questão de fé atual é apostar na sorte! Este é o novo desafio pastoral e comunitário frente a uma sociedade viciada em apostas online (a citar como exemplo o famigerado jogo do tigrinho e as muitas casas de apostas esportivas online – as famosas BET’s).
Nossa sociedade está sendo ludibriada por influenciadores pagos – e crédula nessas promessas artificiais de enriquecimento fácil e rápido – compactuou-se nada mais e nada menos com o financiamento e a produção de um verdadeiro caos social, moral e espiritual.
Sendo assim, é importante destacar que nossas igrejas não estão dando a devida atenção a esta literal epidemia do azar! Há em nossas comunidades um senso: “o que jogos de azar tem a ver com a gente?” É muito, muito provável que HOJE em nossas igrejas, haja pessoas que estão presas a exatamente esse tipo de jogatina.
Dito isso, sobre jogo do trigrinho e as apostas esportivas online é importante considerarmos que:
Desde 2018, a Organização Mundial da Saúde reconhece o uso excessivo de jogos eletrônicos como uma doença. Essa classificação se deve aos impactos negativos que o vício em jogos online pode causar, incluindo prejuízos à saúde física, mental e nas relações sociais. Em alguns casos, o vício pode chegar a extremos, envolvendo a polícia. Existem relatos de jogadores que acumulam grandes dívidas, vendem seus bens, fogem de casa por medo dos cobradores e, em situações mais graves, chegam até mesmo a cometer suicídio.
Uma pesquisa recente do banco Itaú, um dos maiores do país, aponta que, entre 2023 e 2024, os brasileiros perderam quase R$ 24 bilhões em jogos e apostas online.
Além disso, Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central, destacou que alguns estudos sugerem que o aumento da renda no Brasil não resultou em maior consumo ou poupança familiar como se esperava. Uma possível explicação para isso é o crescimento dos gastos com jogos e apostas online.
Com a legalização dos jogos de azar cada vez mais próxima no Brasil, a popularidade de apostas esportivas, loterias e cassinos virtuais está crescendo rapidamente. Diante desse cenário, surge um novo desafio para a comunidade cristã: como enfrentar a crescente participação dos fiéis em jogos de azar?

O que são jogos de azar?
Jogos de azar são atividades que envolvem apostas em dinheiro ou outros bens de valor, cujo resultado é determinado principalmente pela sorte ou acaso, e não pela habilidade do jogador. Loterias, cassinos (físicos ou online), apostas esportivas, bingos e jogos de cartas como pôquer se enquadram nessa categoria.
Sobre Apostas Esportivas, a recente pesquisa do Instituto Locomotiva (neste link), revelou os seguintes números:
Nos sete primeiros meses de 2024 → 25 milhões de pessoas passaram a fazer as apostas, uma média de 3,5 milhões por mês. O intervalo de tempo é menor do que o coronavírus levou para contaminar o mesmo número de pessoas no país: 11 meses, entre 26 de fevereiro de 2020 e 28 de janeiro de 2021. Moral da história: os jogos de azar no Brasil são mais “contagiosos e propagáveis” que uma pandemia sanitária.
João Paulo Cunha, diretor de pesquisa do Instituto Locomotiva, resume os dados.
“Já são mais de 50 milhões de brasileiros que fizeram, realizaram apostas esportivas, 52 milhões. E desse total, quase metade, 48% são considerados novos jogadores. Fizeram as suas primeiras apostas durante esse ano, começaram a apostas esse ano. Isso indica que uma imensa parcela da população brasileira experimentou recentemente esse hábito”.
O estudo também aponta possíveis perigos neste tipo de aposta. Segundo os dados, 45% dos entrevistados jogadores admitem que as apostas esportivas “já causaram prejuízos financeiros”, 37% dizem ter usado “dinheiro destinado a outras coisas importantes para apostar online” e 30% afirmaram ter “prejuízos nas relações pessoais”.
João Paulo Cunha aponta sentimentos negativos desenvolvidos pelos apostadores.
“Cinquenta e um por cento dos entrevistados que apostam dizem que o jogo aumenta a sua ansiedade, por exemplo, e 23% dizem ali sentir um sentimento de culpa”.

Outros dados que foram apurados pela pesquisa sobre o Jogo do Tigrinho, Apostas Esportivas e Companhia:
- 19% dos apostadores têm 50 anos ou mais.
- 20% dos apostadores são das classes A ou B.
- 31% das pessoas endividadas e inadimplentes no Brasil jogam nas bets.
- 40% dos apostadores têm entre 18 e 29 anos.
- 41% dos apostadores têm entre 30 e 49 anos.
- 47% dos apostadores são mulheres.
- 53% dos apostadores são homens.
- 60% dos que já ganharam uma aposta usam parte do prêmio para tentar nova jogada.
- 64% dos apostadores estão negativados na Serasa.
- 70% dos apostadores jogam pelo menos uma vez ao mês.
- 80% dos apostadores são das classes CD e E.
- 86% dos apostadores estão endividados.
Percebemos que os jogos de azar são impulsionados por um desejo de ganho rápido e fácil. Esse desejo pode facilmente levar ao amor ao dinheiro, algo que a Bíblia condena repetidamente. Em vez de buscar a segurança e a provisão de Deus, os jogos de azar incentivam a dependência do acaso e da sorte, o que leva à cobiça e pode resultar em sérios problemas financeiros, emocionais e espirituais.
Princípios bíblicos e considerações
- Mordomia: A Bíblia nos ensina a sermos bons mordomos dos recursos que Deus nos confiou (1 Coríntios 4:2). Apostar em jogos de azar pode ser visto como uma forma irresponsável de lidar com o dinheiro, especialmente quando há riscos de perdas significativas.
- Cobiça: A Bíblia adverte contra a cobiça e o amor ao dinheiro (1 Timóteo 6:10). Jogos de azar podem alimentar esses desejos, levando as pessoas a buscarem riquezas de forma rápida e fácil, em vez de confiar em Deus como provedor.
- Vício: O vício em jogos de azar é um problema real que pode destruir vidas e famílias. A Bíblia nos encoraja a evitar qualquer coisa que possa nos escravizar (1 Coríntios 6:12).
- Idolatria: Para alguns, os jogos de azar podem se tornar um ídolo, ocupando o lugar que deveria ser reservado somente a Deus. A Bíblia é clara ao condenar a idolatria em todas as suas formas (Êxodo 20:3).
Conclusão
Portanto, à luz das Escrituras, devemos evitar os jogos de azar, reconhecendo que eles são uma prática que pode nos levar a pecar e afastar-nos dos propósitos de Deus para nossas vidas. Nosso foco deve estar em glorificar a Deus com nossas ações, incluindo a maneira como usamos os recursos que Ele nos deu. É fundamental que os fiéis estejam cientes dos princípios bíblicos e das possíveis consequências dessa prática, buscando sempre a sabedoria de Deus para tomar decisões sábias e responsáveis.
Você também pode se interessar por este artigo: A Igreja Evangélica e a Política: Entre o Púlpito e o Palanque
Para mais conteúdo sobre o jogos de azar e do tigrinho, acesse aqui