Entre a Cruz e a Tela: A piora da relação entre os evangélicos e a Rede Globo de Televisão

A relação entre a Rede Globo de Televisão e os evangélicos brasileiros se configura como um tema complexo e multifacetado, marcado por percepções divergentes, tensões e constantes debates.

Devemos considerar o tamanho desta “briga”.

A população evangélica no Brasil cresce a um ritmo acelerado, tornando-se um dos grupos religiosos mais expressivos do país. Segundo os últimos dados disponíveis, sua participação no total da população brasileira já é considerável e com tendência de aumento.

Dados populacionais:

  • Censo 2010: O Censo do IBGE de 2010 revelou que 22,2% da população brasileira se identificava como evangélica, totalizando 42,3 milhões de pessoas. Esse número representa um aumento significativo em relação ao Censo de 2000, quando os evangélicos somavam 15,4% da população.
  • Estimativas mais recentes: Em 2023, estimativas do Datafolha apontam que o percentual de evangélicos no Brasil já alcança 33%, o que significa que mais de 70 milhões de pessoas se identificam com essa religião.
  • Projeções para o futuro: Estudos demográficos sugerem que a tendência de crescimento deve se manter nas próximas décadas. Projeções do Pew Research Center indicam que, até 2030, os evangélicos podem se tornar o maior grupo religioso do Brasil, ultrapassando os católicos.

Fatores que contribuem para a desaprovação dos evangélicos à Rede Globo de Televisão

  • Valores e moralidade: Uma crítica recorrente se concentra na dissonância entre os valores pregados pela maioria dos evangélicos e a programação da Globo, que frequentemente apresenta conteúdos considerados imorais ou contrários à fé, como cenas de violência, sexualidade e linguajar inadequado. Essa percepção de “imoralidade” se intensifica em novelas, séries e programas de humor, onde tais elementos são utilizados com frequência.
  • Representação da fé: Evangélicos também criticam a forma como a fé e seus praticantes são retratados em algumas produções da Globo. Alegam que os personagens evangélicos são frequentemente estereotipados como caricatos, ingênuos ou fanáticos, o que gera sentimento de desrespeito e incompreensão.
  • Falta de representatividade: Outro ponto de discórdia reside na percepção de que a Globo não representa a diversidade da comunidade evangélica. A crítica se concentra na escassez de protagonistas evangélicos em papéis relevantes e na falta de histórias que reflitam a pluralidade de suas vivências e crenças.
  • Agenda político-ideológica: A grande maioria dos evangélicos acusam a Globo de promover uma agenda político-ideológica contrária aos seus valores, defendendo pautas como aborto, legalização de drogas e casamento homossexual. Essa percepção alimenta a desconfiança e a distanciamento da emissora.

Com tamanha desaprovação quais os potencias prejuízos a emissora pode ter?

  • Perda de audiência: A migração de espectadores evangélicos para outras plataformas de entretenimento, como canais de streaming e mídias sociais, pode levar à queda na audiência de programas da Globo, impactando diretamente na receita com publicidade.
  • Boicotes e cancelamentos: Campanhas de boicote e cancelamentos, incentivadas por líderes religiosos e influenciadores evangélicos, podem afetar a imagem da marca e desestimular o consumo de produtos anunciados na emissora.
  • Dificuldades em atrair novos anunciantes: A percepção negativa da Globo entre os evangélicos pode dificultar a captação de novos anunciantes que busquem atingir esse público, especialmente aqueles que se identificam com valores religiosos tradicionais.

Diante de todas estas razões a comunidade evangélica, com sua fé, valores e crescente representatividade, tem o potencial de contribuir significativamente para a construção de uma mídia brasileira mais plural, ética e comprometida com o bem-estar da sociedade.