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Dia da Bíblia e As Incongruências do País das Escrituras

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Aprendizado Profundo - Instruções Claras para Defender e "Atacar" com a Verdade

No País da Bíblia, a Desobediência corre Solta!

O Dia da Bíblia, celebrado em 8 de dezembro, deveria ser um momento de reflexão profunda para o Brasil, reconhecido como o maior distribuidor de Bíblias e porções bíblicas do mundo, com 200 milhões de exemplares distribuídos até 2024 (dados da Sociedade Bíblica do Brasil). Contudo, apesar dessa abundância, vivemos em um país onde a desobediência às Escrituras parece crescer de forma alarmante. Como explicar essa contradição? Será que, no “país da Bíblia”, as pessoas a leem, mas não a praticam?

O Avanço das Igrejas e a Proliferação de Problemas Sociais

De acordo com o Censo Demográfico de 2022, o número de evangélicos no Brasil ultrapassa 65 milhões, e a cada ano novas igrejas surgem em praticamente todos os bairros do país. Segundo levantamento do IBGE, há cidades com até uma igreja por esquina (Em 2023 uma média de 17 novas igrejas abertas por dia fonte BBC News). Apesar disso, os problemas sociais permanecem alarmantes. O Brasil lidera rankings preocupantes como o de desigualdade social, colocando-nos entre os países mais desiguais do mundo. (Fonte: O Globo). Sim, é verdade – desigualdade social é problema do Estado, mas e a influência da igreja onde fica neste cenário?

Além disso, em 2022, o número de divórcios atingiu 420.039, o maior registrado na história do país, representando um aumento de 8,6% em relação a 2021. Como uma nação tão “religiosa” pode apresentar tais números? (Fonte: Jornal da USP). Sim, é uma escolha do casal o ato do divórcio, mas como o país mais católico do mundo (que inclusive proclama que o casamento é sacramento) e o mais pentecostal do mundo que alardeia “até que a morte os separe“, encaram tais realidades?

Interpretações Grotescas da Bíblia

A Bíblia é muitas vezes distorcida para justificar práticas que vão contra os próprios princípios das Escrituras. Um exemplo é a pregação da teologia da prosperidade, que transforma a igreja em um mercado religioso. Isso contrasta com o ensino bíblico de que “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (1 Timóteo 6:10). Líderes religiosos constroem impérios financeiros enquanto comunidades ao seu redor permanecem na miséria.

Casos emblemáticos mostram igrejas construindo verdadeiros impérios, com líderes que se autodenominam “apóstolos” ou “bispos”, acumulando bens e influência política. Enquanto isso, Jesus, o exemplo supremo, viveu como um humilde carpinteiro e pregador itinerante, sem ostentar riquezas ou buscar poder político.

Impiedade e Violência Crescentes, além da desigualdade e do desrespeito aos valores familiares, o Brasil enfrenta um aumento preocupante da violência. Em 2023, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública registrou mais de 46 mil homicídios. (Fonte: Exame). Essa estatística é assustadora para um país que se declara majoritariamente cristão. Sim, também é verdade: segurança pública é dever do Estado. Mas, com tantas igrejas – já não era pra termos uma significativa redução de tais atos hediondos? Bíblia na mão e Palavra de Deus longe do coração – esta deve ser a campanha mais voraz de nossas igrejas – atuarem para influenciarem de fato nossa sociedade.

Como justificar tal impiedade em uma nação onde tantas Bíblias são distribuídas? O que aconteceu com a mensagem de “amar ao próximo como a si mesmo” (Marcos 12:31)?

Igrejas como Empresas da FéOutro fenômeno perturbador é a transformação de igrejas em verdadeiras empresas. Muitos líderes religiosos, em vez de pastores, se tornaram empresários da fé, vendendo bênçãos, objetos ungidos e até cursos de prosperidade. Isso reduz a fé cristã a uma mercadoria e afasta as pessoas do evangelho genuíno, que prega a humildade e a dependência de Deus.

Um exemplo desse desvio é o crescimento do marketing religioso, onde cultos são tratados como shows e igrejas investem mais em entretenimento do que em discipulado. Essa prática contrasta diretamente com a Grande Comissão, que nos instrui a fazer discípulos de todas as nações (Mateus 28:19-20), e não consumidores de experiências religiosas.

Reflexão: O Que os Evangélicos Estão Fazendo com a Bíblia?

Diante desse cenário, cabe aos evangélicos brasileiros uma autoanálise sincera. Somos o povo da Bíblia, mas estamos vivendo como ela ensina? Ler as Escrituras é apenas o primeiro passo; o desafio maior é praticá-las. Tiago 1:22 nos adverte: “Sede praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.”

Se a desigualdade social, a violência e o desrespeito às famílias continuam a crescer, a igreja falhou em sua missão de ser “sal da terra” e “luz do mundo” (Mateus 5:13-16).

Será que a bíblia só tem aplicação DENTRO do templo? Para momentos de emoção, exorcismo dos próprios demônios (linguagem figurada) e promessas de que tudo vai ficar bem – um evangelho para si e ponto. Parece que nosso cristianismo é cada vez mais de gueto, de horário marcado, de pessoas e ambientes selecionados – fora isso, é tudo igual. A bíblia é muito mais que literatura – é a palavra de Deus – conforme nossos credos e confissões – sua mensagem é o poder de Deus para a nossa transformação – portanto, já passou da hora de mostrarmos isso a esse Brasil cambaleante!

O Caminho para a Transformação

A solução não está em construir mais igrejas, mas em reconstruir os fundamentos da fé cristã. Precisamos de uma volta ao evangelho puro e simples, focado em Cristo e em Sua mensagem de amor, justiça e transformação. Isso significa:

  1. Estudo sério da Bíblia: Priorizar a hermenêutica e a exegese, para evitar interpretações distorcidas e focar no significado original das Escrituras.
  2. Foco no discipulado: Investir no crescimento espiritual dos membros, ensinando-os a viver como Cristo ensinou.
  3. Práticas de justiça social: As igrejas precisam liderar iniciativas que reduzam a desigualdade, combatam a fome e promovam a educação.
  4. Integridade pastoral: Líderes devem ser exemplos de humildade e serviço, em vez de ostentação e busca por poder.

Conclusão

No país da Bíblia, não podemos permitir que a desobediência continue a prevalecer. Se somos a nação que mais distribui Bíblias, devemos também ser a nação que mais vive seus ensinamentos. A responsabilidade começa em cada igreja, em cada líder e, principalmente, em cada cristão.

Que este Dia da Bíblia nos leve ao arrependimento e ao compromisso de viver como verdadeiros discípulos de Cristo, transformando nossa sociedade para a glória de Deus. Afinal, “a fé sem obras é morta” (Tiago 2:26).

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Silvio Costa

Evangelista (COMADEESO / CGADB), Articulista, Conferencista, Escritor, Conteudista (ESTEMAD), Professor de Teologia (SEET / FATEG) e Gestor Hoteleiro por Profissão
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