Prepare-se. Este artigo não é para estômagos fracos. É para igrejas que ainda choram por almas e que não se curvaram diante da estrela gospel do momento, nem trocaram o altar por um palco. É um chamado à lucidez. Um grito no deserto do evangelicalismo pop que transforma púlpitos em palcos, missionários em mendigos e pregadores em celebridades de cachê.
UM SISTEMA IMPORTADO DO MUNDO E MANTIDO PRINCIPALMENTE POR IGREJAS PENTECOSTAIS
Sim, é isso mesmo que você leu. Igrejas ditas pentecostais — que deveriam ser conhecidas pelo poder do Espírito e zelo evangelístico — estão alimentando uma máquina que consome dinheiro, promove vaidade e ignora a Grande Comissão.
Hoje, quem paga mais, leva o artista gospel do momento. O pregador que aprendeu a modular a voz, decorar frases de efeito e postar selfie com cara de “varão de fogo”. A cantora que cobra como uma artista secular, e ainda exige os melhores hotéis e restaurantes durante a dita agenda. E, claro, um post com filtro espiritual no Instagram para mostrar que “foi uma bênção”.
- Mas e as missões?
- E os que estão no sertão, no morro, no campo, nos confins da Terra?
- Esses não têm like. Não têm palco. Não têm fã-clube.
- Esses recebem esmola. Quando recebem.
SUA IGREJA ESTÁ AJUDANDO A SALVAR OU A PROMOVER SHOWS?
Essa é a pergunta que você, líder, pastor, membro, precisa fazer agora.
A quem sua igreja está financiando?
Você sabe quanto foi investido no último evento?
Quanto foi destinado à vaidade dos artistas do templo?
E quanto foi investido em missionários que enfrentam serpentes, sede e perseguição?
É hora de acordar.
Chega de fingir que está tudo bem só porque a igreja estava lotada no evento da cantora gospel.
Chega de sorrir porque o pregador da moda gravou story no púlpito da sua igreja dizendo “que atmosfera linda”.
Quem se converteu? Quem foi discipulado?
O Espírito Santo desceu ou foi só fumaça artificial mesmo?

BOICOTE OS USURPADORES DO DINHEIRO DAS MISSÕES
Vamos falar claro: pregador que só prega por dinheiro não é servo, é artista de cachê.
Cantor que só canta com contrato assinado e cachê pago não é ministro de louvor, é showman com agenda gospel.
E igrejas que financiam isso, enquanto ignoram missionários, estão investindo na morte da sua própria vocação espiritual.
Como boicotar esse sistema? Aqui vai o plano:
- Cancele o próximo show disfarçado de culto. Se o cachê é maior que o caixa de missões, você está pagando para ser enganado.
- Promova missionários reais. Quer dar status à sua igreja? Então convide alguém que está no campo, sofrendo e vencendo pela fé.
- Invista em educação cristã. Troque o dinheiro do artista por Bíblias, cursos, Escola Dominical forte e formação de obreiros.
- Exponha o sistema. Sim, fale. Ensine. Denuncie. Poste. Escreva no grupo da liderança: “Esse valor não pode ser revertido para missões?”
Seja o incômodo santo no meio da acomodação espiritual. - Reoriente o propósito da sua igreja. Se sua igreja só se enche em evento de artista gospel, algo está errado. Jesus enchia desertos sem caixa de som. A igreja verdadeira cresce com Palavra, oração e Espírito Santo — não com artista e holofote.
NEM TODOS SÃO MERCENÁRIOS
Antes que alguém venha com pedras nas mãos e um versículo fora de contexto na ponta da língua, vamos deixar algo claro: Sim, existem pregadores e cantores sérios, comprometidos com a Palavra, cheios do Espírito Santo, que vivem com simplicidade e fazem a obra por amor.
Esses merecem nosso apoio, nossas orações e, sim, quando necessário, ajuda de custo digna para sustento, deslocamento, alimentação, etc. Afinal, “digno é o obreiro do seu salário” (Lucas 10:7).
Mas o que estamos denunciando aqui não é o servo fiel.
É o artista gospel de cachê fixo.
É o pregador da agenda fechada e do Pix adiantado.
É o evento milionário que finge ser culto, mas serve à vaidade de poucos enquanto abandona os campos missionários à própria sorte.
Vamos ser honestos:
Não há pecado em ajudar um obreiro verdadeiro.
O problema é quando o altar vira vitrine e o culto, negócio.
- Culto não é palco para enriquecimento.
- Evangelho não é passarela de fama.
- E igreja não é agência de talentos espirituais.
Se alguém só prega mediante contrato, se só canta com valores altíssimos, se só ministra quando o pix cai — esse não é servo. É funcionário de um sistema que usurpa o dinheiro das missões.
E mais: muitos que pregam e cantam com poder, unção e verdade, fazem isso sem exigir um centavo, dependendo unicamente da provisão de Deus e da generosidade voluntária das igrejas. Esses, sim, merecem ser honrados!

POR QUE PASTORES E IGREJAS FINANCIAM ESSE SISTEMA QUE USURPA RECURSOS DO DISCIPULADO E DA OBRA MISSIONÁRIA?
Porque querem status.
Porque, no fundo, muitos pastores deixaram de se preocupar com a glória de Deus e passaram a buscar a glória dos homens.
Convidar o “nome da vez” virou uma forma de dizer:
“Olha como nossa igreja está bombando! Convidamos fulano! Temos moral!”
Porque querem likes, views e viralização.
Sim, há líderes que, em vez de se preocuparem com o céu se movendo, querem ver o Instagram bombando. O culto virou conteúdo. O altar virou estúdio. E se o artista gospel da vez tiver muitos seguidores, isso basta.
Missões não dão like. Mas artista com microfone na mão dá curtida, comentário e story repostado.
Porque falta coragem espiritual para romper com o sistema.
Muitos sabem que está errado. Sentem que algo não bate com o Evangelho verdadeiro. Mas têm medo de perder o “respeito” do meio gospel, de parecer “pobre”, ou de “atrasar” sua igreja.
Esqueceram que João Batista foi a voz no deserto — não no camarim com ar-condicionado.
Porque perderam a paixão por almas.
Essa é a raiz.
Quando o foco sai do perdido, o evangelho vira entretenimento.
Quando a igreja para de chorar por missões, começa a sorrir por cachês.
Porque se tornaram reféns do sistema que eles mesmos ajudaram a criar.
Convidaram uma vez, gostaram da fama.
Na segunda, já não dava para ser menor.
Na terceira, o povo exigia o nome da vez.
E agora? Agora estão presos em uma engrenagem que engole recursos, distrai os crentes e deixa os campos missionários esquecidos.
A OBRA MISSIONÁRIA NÃO PODE MORRER NA MÃO DE MERCENÁRIOS
O sangue dos mártires grita da terra. As vozes dos que jejuam entre os povos não alcançados clamam por socorro. Mas a vaidade nos púlpitos está abafando o clamor da Grande Comissão. Deus vai pedir contas!
- Pastores, acordem.
- Membros, questionem.
- Líderes, reajam.
Enquanto alguns celebram selfies com seus artistas gospel, Jesus está olhando para a oferta da viúva, para o missionário esquecido e para a igreja que ainda prefere almas aos aplausos.
Sua igreja pode — e deve — ajudar a combater os artistas do templo. A missão não pode morrer por falta de recursos enquanto o ego de alguns é alimentado por milhares.
Ou é altar… ou é palco.
Ou é missão… ou é ostentação.
Você escolhe.